Um Crime no Expresso do Oriente (1934) de Agatha Christie
Sinopse: Pouco depois das doze batidas da meia-noite, um
nevão obriga o Expresso do Oriente a parar. Para aquela época do ano, o luxuoso
comboio estava surpreendentemente cheio de passageiros. Só que pela manhã
havia, vivo, um passageiro a menos. Um homem de negócios americano jazia no seu
compartimento, apunhalado até à morte.
Poirot aceita o caso, aparentemente fácil, que acaba por se
revelar um dos mais surpreendentes de toda a sua carreira. É que existem pistas
(muitas!), existem suspeitos (muitos!), sendo que todos eles estão
circunscritos ao universo dos passageiros da carruagem. Para ajudar às
investigações, o morto é reconhecido como sendo o autor de um dos crimes mais
hediondos do século. Com a tensão a aumentar perigosamente, Poirot acaba por
esclarecer o caso…de uma maneira a todos os títulos surpreendente!
Opinião:
Já há algum tempo que andava curiosa para ler um
livro da autoria de Agatha Christie, sobretudo por ser conhecida como A Rainha
do Crime e eu gostar particularmente de policiais (embora normalmente esteja
mais inclinada para policiais nórdicos), e portanto decidi começar por aquele
que é considerado um dos melhores livros da autora (a própria Agatha Christie coloca-o no seu top 10 por ser "uma ideia nova para um enredo")
Considero tratar-se de um livro de leitura fácil,
pois embora o argumento seja intrincado e todas as personagens pareçam ter algo
a esconder, a forma como Hercule Poirot conduz os interrogatórios e nos guia
através do seu raciocínio permite-nos sentir que fazemos parte da investigação.
Pessoalmente, costumo ter uma certa dificuldade em memorizar nomes, o que poderia ser um problema se considerarmos que em Um
Crime no Expresso do Oriente existem nada mais nada menos, do que 12 suspeitos!
Curiosamente, e apesar de ser um livro com apenas 226 páginas, achei que a
descrição das personagens estava tão bem conseguida, que não tive qualquer
dificuldade em acompanhar os interrogatórios e a saber a quem se referiam, o
que para mim foi um ponto bastante positivo.
Quanto ao grand
finale, e como já tinha lido em algumas opiniões, achei-o duplamente
imprevisível! É certo que formulei as minhas próprias suspeitas durante a
leitura, mudei as suspeitas, fiquei na dúvida ... mas nada me poderia preparar
para o desfecho (mais um ponto positivo).
MAS ... tenho de confessar que deve ter sido o
primeiro e último livro da Agatha Christie que li.
Reconheço o brilhantismo e
sem dúvida que não é qualquer pessoa que tem capacidade para criar um enredo destes, mas não gostei do conceito de que um crime se resolve apenas estando
confortavelmente sentado na poltrona enquanto põe “as pequenas células
cinzentas” a trabalhar, como defende Hercule Poirot. Na minha opinião, perde pela falta de acção.
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