Metro 2033 (2005) de Dmitry Glukhovsky

by - fevereiro 16, 2018


Sinopse:
Estamos no ano 2033. O mundo foi reduzido a escombros. A humanidade foi quase extinta. Mas alguns milhares de pessoas sobreviveram, sem saberem, no entanto, se serão os únicos habitantes da Terra. Vivem no Metro de Moscovo, o maior abrigo contra ataques aéreos no planeta. É o último refúgio da humanidade. É um mundo sem amanhã, sem espaço para sonhos, planos ou esperanças. Aí o sentimento deu lugar ao instinto - e o mais importante é a sobrevivência. A qualquer preço.
VDNKh é uma estação habitada, que se situa na extremidade norte da linha e ainda é considerada segura. Mas há uma nova e terrível ameaça. Artyom, um jovem que vive nessa estação, é incumbido de penetrar no coração do Metro e de viajar até à lendária estação conhecida por Pólis. O objectivo é alertar todos os habitantes do Metro para o perigo que se avizinha e, assim, obter apoios para a defesa da VDNKh. O futuro da sua estação está agora nas mãos de Artyom, tal como o futuro do Metro e da humanidade. 



Opinião: 
A primeira vez que li este livro, fi-lo por insistência do meu irmão, depois de lhe ter pedido que me sugerisse um livro para ler. Confesso que o título não me despertou especial interesse mas, após várias garantias da parte dele em como era muito bom, lá decidi arriscar e a verdade é que valeu bem a pena! 


O cenário é desolador e o mundo, tal como o conhecemos, já não existe.

"Onde estava quando o mundo foi destruído? Viu o que aconteceu? Viu o que eu vi? O céu a derreter-se e depois a ser engolido por nuvens sem vida? Os rios e os mares a ferver, atirando para as costas animais queimados vivos e a água transformada depois numa geleia cheia de gelo? O sol a desaparecer do céu, para não mais regressar anos mais tarde? As casas transformadas em pó numa fracção de segundos e as pessoas que nelas viviam transformadas em cinzas? Ouviu os gritos dos que pediam socorro? E dos que morreram vítimas das epidemias e mutilados pela radiação? Ouviu as suas pragas?
Metro 2033


Aqueles que se encontravam no metro nesse dia, aí encontraram o seu refúgio  - ou a sua sepultura - mas, a realidade passaria a ser bastante diferente daquilo a que estavam habituados.

20 anos passaram. 

À superfície, a Natureza seguiu o seu rumo e novas formas de vida surgiram, "criaturas estranhas, deformadas e perigosas, que teriam desesperado Darwin com a sua óbvia falta de conformidade com as leis do desenvolvimento evolucionário".

Abaixo da superfície, os sobreviventes continuaram a existir mas, sem saber se seriam os últimos sobreviventes da Humanidade e sempre com a sensação da existência de um perigo quase palpável.

O primeiro ponto a favor do livro é que este perigo é também palpável para o leitor. Não é preciso avançar muito na leitura para que a atmosfera de perigo se faça sentir e, o facto de não sabermos o quê, nem quando se vai manifestar, aumenta bastante a tensão.

Tudo começa quando um indivíduo que dá pelo nome de Caçador chega à estação de VDNKh, onde reside Artyon, e lhe dá a conhecer que a estação está em grande perigo, o que por sua vez coloca em risco todo o Metro:
"Estas criaturas não são os duendes que vimos em dezenas de outras estações, não são vândalos, não são apenas degenerados. É qualquer coisa que é nova. E mais mortífera. Paira sobre nós uma atmosfera gelada. E um ambiente de morte."

Embora seja a primeira vez que estas personagens se encontram, o Caçador confia a Artyon uma missão:
"Se houver uma explosão, ou não, se eu não regressar antes da manhã seguinte, alguém deve contar o que me aconteceu e falar aos meus colegas dos demónios que estão a provocar problemas no vosso túnel do Norte."

Nada como uma introdução destas para aguçar o apetite, certo ?

E se a isto acrescentarmos que os destinatários da mensagem estão, praticamente na outra extremidade do metro, e que as estações foram transformadas em Estados anões bem distintos uns dos outros, com regimes e ideologias específicas e com líderes e exércitos próprios ... Bem, já dá para ter uma ideia do que está para vir. Ou talvez não ...

Metro 2033 Dmitry Glukhovsky

Metro 2033 Dmitry Glukhovsky


Durante a missão, Artyon cruza-se com várias personagens, o que na minha opinião enriquece bastante o livro visto que não se cinge a narrar a travessia do metro. Embora sejam personagens passageiras, não deixam de provocar o seu efeito e, se com umas criei logo empatia (com uma em especial), com outras fiquei desconfiada sobre as suas reais intenções. Mais um ponto a favor!

E claro, não podemos esquecer o cerne da questão: cada estação é uma estação e nem o Artyon nem nós sabemos com o que contar. Será que vai passar sem problemas ? Será que se vai deparar com algum tipo de perigo ? E, mesmo quando sai ileso, sabemos que a história não acaba ali porque há sempre a estação seguinte, o túnel seguinte ... e a superfície.

Pessoalmente, voltei a gostar de o ler! 

Desta vez, no entanto, optei por imprimir um mapa das estações para poder acompanhar o percurso de Artyon, o que até foi interessante.

Por outro lado, o facto de já não me lembrar da totalidade do livro, contribuiu bastante para manter aquela aura de mistério e para dar origem a exclamações como "eh pá, já não me lembrava destes malucos!". 

Outro aspecto de que gostei é que, na maioria dos livros, temos uma espécie de introdução, depois lá temos alguma acção e o assunto vai sendo arrumado ao longo das páginas para encerrar tudo no final. No Metro 2033, e talvez seja esse o motivo pelo qual é um dos livros de que mais gosto, não há acalmia. Pelo contrário! (Talvez seja por isso que o livro até deu origem a um jogo com o mesmo nome).

Por isso, se procuram um livro passado num cenário pós-apocalíptico, com algum terror à mistura e muita incerteza, têm de ler este livro (se sofrerem de crises de ansiedade ou problemas cardíacos, se calhar é melhor procurarem outra coisa).


Se gostam de ficção pós-apocalíptica, espreitem estes livros!
    
  

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