When You Dissapeared (2017) de John Marrs

by - abril 04, 2021


Sinopse:
Certa manhã, quando Catherine acorda sozinha, pensa que o marido saiu para uma corrida antes do trabalho. Mas Simon nunca chega ao escritório. Os seus ténis de corrida estão na porta da frente e nada está em falta... exceto ele.

Catherine sabe que Simon deverá estar com problemas. Ele não iria simplesmente deixá-la. Ele não deixaria as crianças.

Mas Simon sabe a verdade - sobre o motivo pelo qual foi embora e o que fez. Sabe coisas sobre o seu casamento que matariam Catherine caso ela descobrisse. As memórias que ela guarda são mentiras...

Enquanto Catherine enfrenta uma nova realidade sombria em casa, Simon está do outro lado do mundo, vivo, próspero e a fazer tudo para ficar um passo à frente da verdade.

Simon não se pode esconder para sempre, e quando reaparecer vinte e cinco anos depois, Catherine irá finalmente descobrir quem ele é. E gostaria de não o ter feito.






Opinião:
A minha experiência com John Marrs estava a correr bastante bem...até este livro. Comecei com Os Passageiros, um thriller empolgante onde a ação decorre a alta velocidade, e onde a história tem uma série de reviravoltas inesperadas. Passei para Almas Gémeas que, embora não tão empolgante, tinha um conceito tão interessante que me fez voar pelas páginas. E depois decidi aventurar-me naquele que é o primeiro livro do autor, The Wronged Sons, publicado em 2013 e reeditado em Julho de 2017 com o novo título de When You Dissapeared. Infelizmente, não encontrei nada de empolgante nem especialmente interessante e acabei por desistir já depois de ter lido mais de metade do livro. 


Basicamente temos um tipo, o Simon, que uma bela manhã decide ir embora de casa. Assim, sem mais nem menos. Não leva carteira, não leva telemóvel, nada. Pura e simplesmente acorda de madrugada, veste-se, e põe-se a andar. Para trás deixa a esposa, Catherine, e três filhos que, durante vários anos, ficarão sem saber do seu paradeiro, ou sequer o que lhe terá acontecido.

Vinte e tal anos depois, Simon aparece à porta de Catherine, todo bronzeado, bem vestido e com um ar de quem, claramente, viveu uma boa vida. Claro que, todos nós vamos querer saber o que se passou, não é? Afinal de contas, o tipo desapareceu sem deixar rasto e a mulher teve uma vida desgraçada a tentar manter a casa e sustentar a família sozinha. Só que, assim que se dá este reencontro, o livro parece transformar-se num teaser que nunca mais dá em nada. Frases como « ela preferia nunca ter descoberto a verdade » e « ele sabia que a culpa era dela » repetem-se vezes sem conta, e já só me vinha à ideia aquela imagem da mula atrás da cenoura sem nunca a conseguir apanhar.
Para além disto, John Marrs utilizou uma técnica que pode resultar muito bem ou terrivelmente mal: várias timelines. Neste caso, não correu nada bem e o resultado foi uma história confusa, que obriga a uma reflexão constante daquilo que estamos a ler. E porquê? Porque o autor não só alterna entre os pontos de vista de Simon e Catherine, como também entre períodos de tempo e outros períodos dentro destes. Ou seja, temos uma parte que se passa atualmente, depois de Simon ter aparecido à porta de Catherine; temos capítulos que remetem para 20 anos atrás, quando Simon se pôs a andar e ainda, dentro desses capítulos, reminiscências do seu passado, quando era ainda criança. 

Outra coisa que me tirou do sério foi a falta de capacidade em criar algum suspense ou dúvida acerca do caráter das personagens. Quer dizer, se o objetivo é deixar o leitor na dúvida acerca das motivações de Simon, ou semear a ideia de que a culpada pode final ser Catherine, demonizar um e colocar o outro num pedestal talvez não seja a melhor estratégia. Basicamente a vida de Simon foi um mar de rosas desde que decidiu fugir de casa: mesmo sem dinheiro nem documentação, não teve qualquer dificuldade em arranjar boleia, cruzar fronteiras e encontrar emprego. Já a vida de Catherine foi uma estoica epopeia, com ela a ter de arranjar vários empregos para sustentar os três filhos (mudar-se para uma casa mais pequena nunca parece ter sido opção). Só por isto já podemos imaginar quem será o mau da fita no final.

Como vos disse, não tive paciência para ler até ao final porque  os contantes teasers que não conduziam a lado nenhum me estavam a irritar. Ainda assim, não queria ficar na ignorância e acabei por pesquisar na net o que é que levou o tipo a sair de casa. A resposta não foi especialmente surpreendente ou de tirar o fôlego, e o melhor que fiz foi mesmo atalhar caminho porque, se tivesse continuado a ler para chegar a um final daqueles, teria ficado ainda mais irritada do que fiquei por ter perdido tanto tempo... 

Boas Leituras!

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