My Sister, The Serial Killer (2018) de Oyinkan Braithwaite
Sinopse: Quando o jantar de Korede é interrompido uma noite por um pedido de socorro da sua irmã, Ayoola, ela sabe o que se espera dela: lixívia, luvas de borracha, nervos de aço e um estômago forte. Este será o terceiro namorado que Ayoola mata, cito, em "autodefesa", e a terceira confusão deixa para Korede limpar. Para o bem dos homens da Nigéria, ela provavelmente deveria ir à polícia, mas ama a sua irmã e, como se costuma dizer, a família vem sempre em primeiro lugar. Pelo menos até Ayoola começar a namorar com o médico do hospital onde Korede trabalha como enfermeira. Korede está há muito apaixonada por ele, e não está preparada para o ver acabar com uma faca nas costas: mas salvar uma vida significaria sacrificar a outra...
My Sister, The Serial Killer é um romance cómico negro sobre como o sangue é mais espesso - e mais difícil de sair do tapete - do que a água...
★★★☆☆
Opinião: Primeiro ponto importante: este não é um livro sobre uma serial killer. Por isso, se o que procuram é uma espécie de Psicopata Americano em versão feminina, podem esquecer. Para sermos rigorosos, o livro nem explora por aí além a temática dos tipos assassinados, e as mortes acabam por ser abordadas mais numa vertente de "danos colaterais" do que propriamente como tema central. O livro não foi mau mas, também não foi aquilo de que estava à espera.
A história passa-se e Lagos, na Nigéria, onde duas irmãs bastante diferentes - ou talvez não tão diferentes assim - ocultam um segrego: uma delas é uma assassina e, a outra, uma espécie de ajudante que ajuda a encobrir o rasto.
A primeira, Ayolla é uma mulher vistosa e de riso fácil que sabe como atrair as atenções, e sabe tirar o melhor partido das atenções que atrai (normalmente homens que gostam de a exibir como se fosse uma espécie de troféu). O único inconveniente é o facto de ter o hábito de se envolver em "acidentes" que têm como desfecho uma faca espetada nas costas do namorado.
Sempre que isto acontece, entra em cena Korede, a sua irmã mais velha. Ao contrário de Ayolla, Korede não é especialmente bonita, nem especialmente interessante, nem especialmente... coisa nenhuma. É daquelas pessoas em quem ninguém repara e que facilmente é ofuscada pelo brilho da irmã mais nova. Korede trabalha como enfermeira num hospital e tem uma certa obsessão por limpezas, o que a torna especialmente valiosa quando se trata de eliminar vestígios de sangue e corpos.
Por estranha que a relação pareça, as duas irmãos dão-se relativamente bem. Até que Ayolla começa a namorar com um médico por quem Korede está secretamente apaixonada que, a última coisa que quer, é vê-lo com uma faca enterrada nas costas.
E essencialmente é isto. Claro que há toda uma grande conversa acerca da mensagem implícita do livro, onde se defende que os homens se relacionam com as mulheres apenas pela sua aparência, transformando-as numa espécie de mulher objeto. Se querem ir por aí, tudo bem. Mas como já não tenho grande pachorra para este pessoal que acha que todos os homens são o demónio, importa aqui referir que a Ayolla também usava os seus trunfos para seduzir os homens e obter o que queria. Portanto, parece-me um negócio bom para ambas as partes: Ela recebe jóias e flores. Ele pode mostrar que tem uma namorada de sonho. Para mim é uma win win situation.
Mas considerações à parte, a história em si não me convenceu minimamente e fiquei com a sensação que não se saía do mesmo sítio, nem ao nível da história, nem do desenvolvimento das personagens. Um thriller e comédia negra, que na prática não empolgou nem provocou o mínimo esgar de um sorriso.
Boas Leituras!
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