Viagem ao Centro da Terra (1864) de Júlio Verne
★☆☆☆☆
Sinopse:
Depois de descobrir e decifrar um misterioso manuscrito rúnico, onde um alquimista islandês afirma ter ido ao centro da Terra, o professor Otto Lidenbrock, o seu sobrinho Axel e Hans, um caçador islandês, partem numa grandiosa viagem às profundezas da Terra. E é então que começa a verdadeira aventura. Um novo mundo aguarda-os, um mundo onde o tempo parou ... onde os dinossauros ainda andam pela floresta, gigantescos animais dominam os mares e homens pré-históricos habitam as cavernas. Mas conseguirá o grupo regressar a casa e abandonar um mundo repleto de perigos ?
Opinião:
Num destes dias fomos dar a nossa voltinha matinal ao Jardim da Estrela e estava lá um senhor e vender livros a um euro! Normalmente, se vasculharmos bem, acabamos por encontrar uma ou outra coisa de interesse. Foi o que aconteceu com o outro leitor cá de casa que decidiu comprar a Viagem ao Centro da Terra e A Volta ao Mundo em 80 Dias.
Entretanto, eu tinha terminado O Dilúvio, da Margaret Atwood, e estava sem nada para ler. Ora, se há coisa que detesto é não ter nada para ler! Sobretudo porque a leitura é sempre uma excelente forma de me abstrair do que se vai passando no autocarro e, portanto, um modo de evitar desancar aquelas pessoas que às oito da manhã levam a música a tocar nos altifalantes ou que vão o caminho todo a falar aos gritos apesar de estarem sentadas lado a lado.
Vamos avançar que até me dá taquicardia só de pensar nisto.
Não tendo nada para ler, e para evitar ler o Jonathan Strange e Mr.Norrel pela sexta vez (por falar nisso, tenho mesmo de o reler para depois partilhar aqui convosco), peguei no que estava mais à mão: Viagem ao Centro da Terra.
Seria de esperar que um livro sobre uma viagem ao centro da terra fosse minimamente emocionante mas a verdade é que ia morrendo de tédio durante a leitura.
Eu sei que o livro é de 1864 e que na altura deve ter causado sensação.
Mas reparem, até mesmo hoje em dia a ideia de uma viagem ao centro da terra é algo que nos faz logo pensar numa grande aventura mas, decididamente, a única aventura foi conseguir chegar ao fim do livro.
Tudo começa quando o Professor Otto Lidenbrock, « um sábio egoístico, um poço de ciência, cuja roldana guinchava quando se pretendia tirar qualquer coisa; avarento, enfim » descobre um pergaminho sujo dentro de um livro com a crónica dos príncipes noruegueses, que comprara « na loja do judeu de Havelius ».
Nesse pergaminho, « com cinco polegadas de altura por três de largura » constavam três colunas com caracteres rúnicos cujo significado, depois de desvendado, revela a localização da passagem para o centro da terra.
Depois de descobrir e decifrar um misterioso manuscrito rúnico, onde um alquimista islandês afirma ter ido ao centro da Terra, o professor Otto Lidenbrock, o seu sobrinho Axel e Hans, um caçador islandês, partem numa grandiosa viagem às profundezas da Terra. E é então que começa a verdadeira aventura. Um novo mundo aguarda-os, um mundo onde o tempo parou ... onde os dinossauros ainda andam pela floresta, gigantescos animais dominam os mares e homens pré-históricos habitam as cavernas. Mas conseguirá o grupo regressar a casa e abandonar um mundo repleto de perigos ?
Opinião:
Num destes dias fomos dar a nossa voltinha matinal ao Jardim da Estrela e estava lá um senhor e vender livros a um euro! Normalmente, se vasculharmos bem, acabamos por encontrar uma ou outra coisa de interesse. Foi o que aconteceu com o outro leitor cá de casa que decidiu comprar a Viagem ao Centro da Terra e A Volta ao Mundo em 80 Dias.
Entretanto, eu tinha terminado O Dilúvio, da Margaret Atwood, e estava sem nada para ler. Ora, se há coisa que detesto é não ter nada para ler! Sobretudo porque a leitura é sempre uma excelente forma de me abstrair do que se vai passando no autocarro e, portanto, um modo de evitar desancar aquelas pessoas que às oito da manhã levam a música a tocar nos altifalantes ou que vão o caminho todo a falar aos gritos apesar de estarem sentadas lado a lado.
Vamos avançar que até me dá taquicardia só de pensar nisto.
Não tendo nada para ler, e para evitar ler o Jonathan Strange e Mr.Norrel pela sexta vez (por falar nisso, tenho mesmo de o reler para depois partilhar aqui convosco), peguei no que estava mais à mão: Viagem ao Centro da Terra.
Seria de esperar que um livro sobre uma viagem ao centro da terra fosse minimamente emocionante mas a verdade é que ia morrendo de tédio durante a leitura.
Eu sei que o livro é de 1864 e que na altura deve ter causado sensação.
Mas reparem, até mesmo hoje em dia a ideia de uma viagem ao centro da terra é algo que nos faz logo pensar numa grande aventura mas, decididamente, a única aventura foi conseguir chegar ao fim do livro.
Tudo começa quando o Professor Otto Lidenbrock, « um sábio egoístico, um poço de ciência, cuja roldana guinchava quando se pretendia tirar qualquer coisa; avarento, enfim » descobre um pergaminho sujo dentro de um livro com a crónica dos príncipes noruegueses, que comprara « na loja do judeu de Havelius ».
Nesse pergaminho, « com cinco polegadas de altura por três de largura » constavam três colunas com caracteres rúnicos cujo significado, depois de desvendado, revela a localização da passagem para o centro da terra.
Desce à cratera do Yocul de
Sneffels que a sombra do
Scartaris vem beijar antes das
calendas de Julho, ó viajante
audaz, e tu chegarás ao centro
da Terra. Eu o fiz. Arne Saknussemm.
O professor, movido pelo desejo de empreender uma viagem que o iria cobrir de glória, decide partir de imediato, levando consigo o sobrinho, Axel. Claro que até chegarem à entrada da cratera propriamente dita, muita tinta vai correr e temos páginas e páginas a descrever as etapas todas ... a viagem de comboio, a viagem de barco, a viagem a cavalo ... Quando finalmente chegam à entrada da cratera, já percebemos que o sobrinho é um tipo que não faz mais do que lamentar-se, que o tio é uma espécie de investigador/explorador suicida e que Hans, o guia que contrataram, não tem um papel bem definido para além de ser másculo e desenrascado.
À medida que vão avançando em direcção ao centro da terra vão descobrindo coisas muito interessantes como criaturas pré-históricas, lagartos gigantes, um oceano subterrâneo, uma floresta de cogumelos e até ossadas de animais a perder de vista, mas todas estas descobertas acabam por ser afogadas pelas dissertações científicas do professor Lidenbrock que tornam a descrição mais aborrecida do que uma receita de culinária.
« - Ora esta! É uma floresta de cogumelos! - disse ele. Não se enganava. Imagine-se o desenvolvimento que não tomariam naquele local espécies vegetais características dos meios quentes e húmidos. Sabia eu que o lycoperdon giganteum atinge, conforme refere Bulliard, dois metros e meio a três metros de circunferência, porém aqueles que tínhamos à vista eram cogumelos brancos (...). »
Francamente, não há muito mais que possa acrescentar porque, como referi, esta foi a aventura mais aborrecida e entediante que já li. Achei que realmente as ideias tinham potencial mas foram pouco exploradas mas, lá está, com tantos filmes que já há sobre a viagem ao centro da terra, é natural que quando se vai pegar na ideia original ela já pareça obsoleta. Além disso, o livro pouco acrescenta ao resumo que existe na wikipédia.
Seja como for, se sofrem de insónias, Viagem ao Centro da Terra é um livro a considerar.
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