Wayward Pines-Revolta [#2] (2013) de Blake Crouch
★★★★☆
Aninhada entre montanhas perfeitas, a idílica cidade de Wayward Pines é um paraíso... se esquecermos a vedação electrificada e o arame farpado, os franco-atiradores que vigiam tudo permanentemente e a vigilância atenta que detecta cada palavra e cada gesto. Ethan Burke viu o mundo do outro lado. Ele é o xerife da comunidade e um dos poucos que conhecem a verdade.
Opinião:
ALERTA DE SPOILERS
Se ainda não leste Wayward Pines-Paraíso, sugiro que não leias esta crítica uma vez que contém uns quantos spoilers do primeiro livro e, nesta trilogia, quanto menos souberes antes de começares a ler, melhor.
Se estás a ler isto é porque:
1. Já leste o primeiro livro.
2. Não leste o primeiro o primeiro livro mas, como não gostas de supresas, não queres saber dos spoilers.
Seja qual for o caso, BEM VINDO A WAYWARD PINES
Tal como na crítica ao primeiro livro, Wayward Pines-Paraíso, vou tentar manter a aura de mistério e não revelar nenhum segredo que possa eliminar o factor surpresa que é, sem a menor sombra de dúvida, o maior trunfo da trilogia (tal como aconteceu no Dark Matter, também do Blake Crouch).
Tenho de começar por dizer que o primeiro livro foi uma correria.
Literalmente.
Podia muito bem chamar-se Desafio Wayward Pines e o nome continuaria a fazer justiça ao conteúdo.
Ou Maratona Wayward Pines.
Wayward Pines Challenge.
Na minha opinião, o principal ponto-forte foi a forma como me conseguiu manter na expectativa desde a primeira, até à última página. Na verdade, a leitura pareceu estar sempre ensombrada por todas as formas possíveis de como tudo poderia correr mal, e acabei por passar grande parte do livro a pensar Agora é que quero ver como é que te vais safar desta ...
Todo o cuidado é pouco e nunca nos podemos fiar em autores como Blake Crouch.
Ainda assim, não é propriamente um George R.R.Martin.
Se fosse, provavelmente o Ethan Burke teria sido esventrado por um bando de abis assim que pusesse um pé do outro lado da vedação. The End.
Abi | Série TV Wayward Pines (2015) |
Mas, como Blake Crouch não é o George Martin, o que acontece é que, ainda que haja bastante suspense durante os três livros, uma coisa é clara desde o início: Ethan Burke é a personagem central e, de uma forma ou de outra, lá se vai safando porque é badass e portanto consegue correr, trepar rochas, envolver-se numa luta corpo a corpo com um abi e ainda ter forças para andar a rastejar por um túnel. Isto tudo movido a pouco mais do que uma cenoura que levava no bolso.
Voltando a Wayward Pines. Até ao momento sabemos que:
- Wayward Pines não é uma cidade normal.
- Há uma vedação electrificada à volta de toda a cidade.
- Do outro lado da vedação estão os abis.
- A maioria dos citadinos não sabe o que existe do outro lado da vedação.
- A cidade tem 461 residentes.
- Aos residentes é dito onde viver, trabalhar e com quem casar.
- Há câmaras ocultas nas ruas, nas casas e nos estabelecimentos.
- Todos os residentes têm um chip implantado na perna.
- A maioria desconhece que está sujeito a vigilância 24 horas.
- É absolutamente proibido falar sobre a vida anterior a Wayward Pines.
- Ocasionalmente são organizadas fêtes «para os que praticam actos de destruição».
Em Wayward Pines-Paraíso, comecei por não saber muito bem o que se estava a passar e com uma crescente sensação de paranóia em que desconfiava de tudo e de todos.
Alguma coisa se passava.
De certeza.
Mas o quê ?
Depois, temos a caça ao Ethan Burke e, aos poucos e poucos, o levantar do véu sobre o que realmente se passa em Wayward Pines. Bom, pelo menos uma parte do que se passa em Wayward Pines.
Entramos depois no segundo livro com Ethan Burke como xerife de Wayward Pines e, provavelmente uma das poucas pessoas que sabe o que realmente se passa na cidade e fora dela mas, embora agora ocupe uma posição privilegiada e pareça ser o homem de confiança de David Pilcher, fica claro desde o início que, nem Pilcher está cem por cento certo de que Ethan esteja na parceria « de alma e coração », nem Ethan parece estar convencido que Wayward Pines não é mais do que um projecto megalómano de um voyeur com síndrome de Deus.
E é precisamente esta desconfiança que marca o segundo livro da trilogia.
Já desde Wayward Pines-Paraíso que sabemos que há um grupo de residentes que descobriu como contornar o sistema de vigilância da cidade, o que, só por si, revela que nem todos os moradores estão conformados com a nova vida que lhes foi atribuída.
« Há um contingente clandestino em Pines que apresenta uma fachada de submissão mas, secretamente, quer tomar o controlo. Chame-lhe... uma insurreição. Uma rebelião. Querem libertar-se, expor os podres, mudar a maneira como as coisas são feitas. Deve compreender que isso significaria o fim de Pines. O fim de todos nós.»
- Wayward Pines não é uma cidade normal.
- Há uma vedação electrificada à volta de toda a cidade.
- Do outro lado da vedação estão os abis.
- A maioria dos citadinos não sabe o que existe do outro lado da vedação.
- A cidade tem 461 residentes.
- Aos residentes é dito onde viver, trabalhar e com quem casar.
- Há câmaras ocultas nas ruas, nas casas e nos estabelecimentos.
- Todos os residentes têm um chip implantado na perna.
- A maioria desconhece que está sujeito a vigilância 24 horas.
- É absolutamente proibido falar sobre a vida anterior a Wayward Pines.
- Ocasionalmente são organizadas fêtes «para os que praticam actos de destruição».
Ethan Burke | Série TV Wayward Pines (2015) |
David Pilcher e Pope | Série TV Wayward Pines (2015) |
Em Wayward Pines-Paraíso, comecei por não saber muito bem o que se estava a passar e com uma crescente sensação de paranóia em que desconfiava de tudo e de todos.
Alguma coisa se passava.
De certeza.
Mas o quê ?
Depois, temos a caça ao Ethan Burke e, aos poucos e poucos, o levantar do véu sobre o que realmente se passa em Wayward Pines. Bom, pelo menos uma parte do que se passa em Wayward Pines.
David Pilcher e Ethan Burke | Série TV Wayward Pines (2015) |
Entramos depois no segundo livro com Ethan Burke como xerife de Wayward Pines e, provavelmente uma das poucas pessoas que sabe o que realmente se passa na cidade e fora dela mas, embora agora ocupe uma posição privilegiada e pareça ser o homem de confiança de David Pilcher, fica claro desde o início que, nem Pilcher está cem por cento certo de que Ethan esteja na parceria « de alma e coração », nem Ethan parece estar convencido que Wayward Pines não é mais do que um projecto megalómano de um voyeur com síndrome de Deus.
E é precisamente esta desconfiança que marca o segundo livro da trilogia.
Já desde Wayward Pines-Paraíso que sabemos que há um grupo de residentes que descobriu como contornar o sistema de vigilância da cidade, o que, só por si, revela que nem todos os moradores estão conformados com a nova vida que lhes foi atribuída.
« Há um contingente clandestino em Pines que apresenta uma fachada de submissão mas, secretamente, quer tomar o controlo. Chame-lhe... uma insurreição. Uma rebelião. Querem libertar-se, expor os podres, mudar a maneira como as coisas são feitas. Deve compreender que isso significaria o fim de Pines. O fim de todos nós.»
Wayward Pines (p.313)
Em Wayward Pines-Revolta esse grupo será posto à prova e a Ethan Burke serão atribuídas duas missões que o vão conduzir a segredos muito bem guardados.
Mais uma vez, é inegável a mestria com que Blake Crouch conduz o leitor em diferentes direcções e, por mais do que uma vez, dei comigo a pensar quais seriam as suas verdadeiras motivações e a questionar a sua lealdade.
Temos assim, como sentimentos dominantes nos livros:
#1 Wayward Pines - Paranóia
#2 Wayward Pines - Desconfiança
Para evitar o risco de, inadvertidamente, lançar algum spoiler não há muito mais que possa acrescentar para além do facto que, neste segundo livro, é revelado um pouco mais sobre a cidade e a sua génese. À semelhança do livro anterior, também é um daqueles que se lê de uma assentada (esta trilogia é perigosíssima nesse sentido porque, não rende nada).
Deixo no entanto algumas sugestões:
- Desconfia de tudo.
- Desconfia de todos.
- Nada é o que parece.
- Desfruta da estadia em Wayward Pines.
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