A Estirpe (2009) | Guillermo del Toro & Chuck Hogan
★★★★☆
Sinopse: Um Boeing 777 proveniente de Berlim aterra no aeroporto JKF e, de repente, pára na pista. As janelas estão fechadas. As luzes estão apagadas.
Ninguém responde às chamadas da torre de controlo. Nenhum passageiro atende o telemóvel. Parece que o avião deixou de existir... O que os investigadores econtram lá dentro gela-lhes o sangue.
O que ao princípio parece apenas um vírus altamente contagioso revela-se uma ameaça aterradora. Os vampiros estão de volta e estão sedentos de sangue. A epidemia vampírica propaga-se a uma velocidade vertiginosa e, ao cabo de poucos dias, invade toda a ilha de Manhattan. Mas isto é apenas o começo. Porque existe um plano sinistro para conquistar rapidamente todo o planeta.
Guillermo del Toro, visionário realizador, e Chuck Hogan, escritor premiado, conjugam imaginações neste romance arrojado e épico sobre uma assustadora batalha entre homens e vampiros que ameaça toda a Humanidade. É o primeiro volume de uma empolgante trilogia e um extraordinário acontecimento literário internacional. [Fonte: DEL TORO, Guillermo & HOGAN, Chuck. A Estirpe. Carnaxide: Suma de Letras (2009)]
Opinião: A Estirpe é o nome do primeiro livro desta trilogia, composta por #1 A Estirpe, #2 O Ocaso e #3 A Noite Eterna.
Publicado em 2009, e da autoria de Guillermo del Toro e Chuck Hogan, A Estirpe foi adaptada para BD em 2011, e para televisão em 2014. Portanto, se estão a pensar que isto só pode querer dizer que é um livro fantástico, têm toda a razão! Sobretudo se forem fãs de terror...
Já tinha lido este livro em 2012, mas no final de Maio fiquei "sem nada para ler" (quer dizer, tenho o Requiem Por Um Sonho mas tenho de esperar até estar com o estado de espírito adequado para pegar nele) e depois de muita indecisão, lá acabei por tirar A Estirpe novamente da prateleira. O melhor de tudo foi que, apesar de ser uma releitura, acho que ainda gostei mais de o ler agora do que na primeira vez.
Tudo começa quando um boeing 777 aterra no Aeroporto JFK...
A realidade é que nem os mortos estavam realmente mortos.
Nem os sobreviventes tinham propriamente sobrevivido.
O que sucedeu foi que todos eles foram infectados com a estirpe de um vírus que, essencialmente, reescreve o ADN e os transforma em strigoi, criaturas de pele quase translucida, olhos vermelhos com grandes pupilas negras e um ferrão com o qual atacas as suas vítimas.
Para mim, um dos aspectos mais positivos deste livro é precisamente este conceito. Aqui não temos vampiros de caninos afiados e vestes vitorianas. Temos sim, um vírus que alastra de modo insidioso e cuja contenção parece impossível. Claro que, tal como acontece em muitos livros e filmes que envolvem epidemias, ninguém parece dar-lhe importância, até que é tarde de mais.
Também à semelhança do que costuma acontecer, os infectados não percebem de imediato as transformações que estão a sofrer, associando os sintomas a uma gripe ou qualquer coisa do género. Isto leva-nos a outro aspecto que é muito bem explorado neste livro: os conflitos internos dos recém transformados que tentam, sem sucesso, lutar contra as novas pulsões que os levam a atacar os seus Entes Queridos. Em vez de nos apresentarem uma visão global, Guillermo del Toro e Chuck Hogan, optaram por fazer incidir a nossa atenção sobre cada um dos sobreviventes do voo 777. Pessoalmente, acho que isso acaba por ter muito mais impacto do que falar em termos gerais, pois uma coisa é dizerem que « os sobreviventes sofreram uma transformação », outra coisa é acompanharmos um tipo que regressa a casa e que, depois de matar os dois cães, se acorrenta a uma estaca dentro de um barracão para evitar magoar mais alguém.
Do outro lado da barricada desta luta, vamos ter personagens muito diversificadas mas cujos caminhos acabam por se cruzar: Eph, um epidemiologista do Center for Disease Control (CDC) que, juntamente com a sua colega Nora, são os primeiros a entrar no avião; Setrakian, um prestamista judeu que sabe exactamente o que se está a passar e que tem um interesse pessoal em destruir quem está por detrás disto, e Fet, um exterminador ucraniano que conhece o subsolo da cidade de Manhattan como ninguém.
Cada um deles acaba por ter a sua própria motivação e forma de lidar com a ameaça strigoi. A dinâmica entre as personagens é bastante interessante, sobretudo sendo elas tão diferentes entre si. Mas, se tivesse de escolher uma, a minha escolha recairia sem dúvida alguma sobre Setrakian, o Van Helsing de Manhattan!
Será precisamente através dele que vamos descobrir as origens do Mestre, o vampiro que se crê ser o responsável por esta epidemia. Assim, ao longo de todo o livro, vamos tendo capítulos em forma de interlúdio, que nos transportam para o passado, para a altura em Setrakian, ainda jovem, era um dos prisioneiros do campo de concentração de Treblinka. É precisamente em Treblinka que se irá cruzar pela primeira vez com Sardu - o Mestre - que, basicamente, usava o campo de concentração como uma espécie de buffet livre com bebida à discrição.
No momento em que escrevo esta review, já estou a ler o terceiro volume da trilogia. Acabei O Ocaso ontem, comecei hoje A Noite Eterna e, em retrospectiva, posso dizer que A Estirpe é, até ao momento, o meu favorito dos três, principalmente porque capta muito bem a impotência das pessoas face aos strigoi, mas também porque é o único que nos dá algum enquadramento acerca das origens do Mestre e das motivações de Setrakian em derrotá-lo.
Por isso, se gostam de livros com um excelente ritmo e são apreciadores de terror, A Estirpe será uma boa aposta. No entanto se, como eu, costumam ler antes de dormir, preparem-se para sonhar com vampiros durante o tempo que durar a leitura.
Opinião: A Estirpe é o nome do primeiro livro desta trilogia, composta por #1 A Estirpe, #2 O Ocaso e #3 A Noite Eterna.
Publicado em 2009, e da autoria de Guillermo del Toro e Chuck Hogan, A Estirpe foi adaptada para BD em 2011, e para televisão em 2014. Portanto, se estão a pensar que isto só pode querer dizer que é um livro fantástico, têm toda a razão! Sobretudo se forem fãs de terror...
Já tinha lido este livro em 2012, mas no final de Maio fiquei "sem nada para ler" (quer dizer, tenho o Requiem Por Um Sonho mas tenho de esperar até estar com o estado de espírito adequado para pegar nele) e depois de muita indecisão, lá acabei por tirar A Estirpe novamente da prateleira. O melhor de tudo foi que, apesar de ser uma releitura, acho que ainda gostei mais de o ler agora do que na primeira vez.
Tudo começa quando um boeing 777 aterra no Aeroporto JFK...
« Poucos minutos depois de aterrar, o avião desligou-se completamente e ficou no meio da pista, mergulhado na escuridão. O Centro de Prevenção e Controlo de Doenças entrou no avião com fatos de contacto e encontrou os passageiros e a tripulação mortos, com a excepção de quatro "sobreviventes".»
A realidade é que nem os mortos estavam realmente mortos.
Nem os sobreviventes tinham propriamente sobrevivido.
O que sucedeu foi que todos eles foram infectados com a estirpe de um vírus que, essencialmente, reescreve o ADN e os transforma em strigoi, criaturas de pele quase translucida, olhos vermelhos com grandes pupilas negras e um ferrão com o qual atacas as suas vítimas.
Para mim, um dos aspectos mais positivos deste livro é precisamente este conceito. Aqui não temos vampiros de caninos afiados e vestes vitorianas. Temos sim, um vírus que alastra de modo insidioso e cuja contenção parece impossível. Claro que, tal como acontece em muitos livros e filmes que envolvem epidemias, ninguém parece dar-lhe importância, até que é tarde de mais.
Também à semelhança do que costuma acontecer, os infectados não percebem de imediato as transformações que estão a sofrer, associando os sintomas a uma gripe ou qualquer coisa do género. Isto leva-nos a outro aspecto que é muito bem explorado neste livro: os conflitos internos dos recém transformados que tentam, sem sucesso, lutar contra as novas pulsões que os levam a atacar os seus Entes Queridos. Em vez de nos apresentarem uma visão global, Guillermo del Toro e Chuck Hogan, optaram por fazer incidir a nossa atenção sobre cada um dos sobreviventes do voo 777. Pessoalmente, acho que isso acaba por ter muito mais impacto do que falar em termos gerais, pois uma coisa é dizerem que « os sobreviventes sofreram uma transformação », outra coisa é acompanharmos um tipo que regressa a casa e que, depois de matar os dois cães, se acorrenta a uma estaca dentro de um barracão para evitar magoar mais alguém.
Do outro lado da barricada desta luta, vamos ter personagens muito diversificadas mas cujos caminhos acabam por se cruzar: Eph, um epidemiologista do Center for Disease Control (CDC) que, juntamente com a sua colega Nora, são os primeiros a entrar no avião; Setrakian, um prestamista judeu que sabe exactamente o que se está a passar e que tem um interesse pessoal em destruir quem está por detrás disto, e Fet, um exterminador ucraniano que conhece o subsolo da cidade de Manhattan como ninguém.
Cada um deles acaba por ter a sua própria motivação e forma de lidar com a ameaça strigoi. A dinâmica entre as personagens é bastante interessante, sobretudo sendo elas tão diferentes entre si. Mas, se tivesse de escolher uma, a minha escolha recairia sem dúvida alguma sobre Setrakian, o Van Helsing de Manhattan!
David Bradley no papel de Abraham Setrakian | The Strain (2014) |
Será precisamente através dele que vamos descobrir as origens do Mestre, o vampiro que se crê ser o responsável por esta epidemia. Assim, ao longo de todo o livro, vamos tendo capítulos em forma de interlúdio, que nos transportam para o passado, para a altura em Setrakian, ainda jovem, era um dos prisioneiros do campo de concentração de Treblinka. É precisamente em Treblinka que se irá cruzar pela primeira vez com Sardu - o Mestre - que, basicamente, usava o campo de concentração como uma espécie de buffet livre com bebida à discrição.
No momento em que escrevo esta review, já estou a ler o terceiro volume da trilogia. Acabei O Ocaso ontem, comecei hoje A Noite Eterna e, em retrospectiva, posso dizer que A Estirpe é, até ao momento, o meu favorito dos três, principalmente porque capta muito bem a impotência das pessoas face aos strigoi, mas também porque é o único que nos dá algum enquadramento acerca das origens do Mestre e das motivações de Setrakian em derrotá-lo.
Por isso, se gostam de livros com um excelente ritmo e são apreciadores de terror, A Estirpe será uma boa aposta. No entanto se, como eu, costumam ler antes de dormir, preparem-se para sonhar com vampiros durante o tempo que durar a leitura.
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