The Cabin at the End of the World (2018) de Paul Tremblay

by - novembro 13, 2021


Sinopse: Wen de sete anos e os seus pais, Eric e Andrew, estão de férias numa cabana remota num lago tranquilo de New Hampshire. Os seus vizinhos mais próximos estão a mais de duas milhas em qualquer direção ao longo de uma estrada de terra batida.

Uma tarde, quando Wen apanha gafanhotos no jardim da frente, um estranho aparece inesperadamente no caminho de acesso. Leonard é o maior homem que Wen já viu, mas é jovem, amigável, e conquista-a quase instantaneamente. Leonard e Wen falam e jogam até Leonard pedir abruptamente desculpas e dizer a Wen: "Nada do que vai acontecer é culpa tua". Mais três estranhos chegam então à cabana carregando objetos não identificáveis e ameaçadores. Enquanto Wen corre para dentro para avisar os seus pais, Leonard grita para fora: "Os teus pais não nos vão querer deixar entrar, Wen. Mas eles têm de o fazer. Precisamos da vossa ajuda para salvar o mundo".


★★☆☆☆

Opinião (contém spoilers): Definitivamente não entendo a loucura que foi à volta deste livro. Cada vez mais fico sem saber se as pessoas gostam realmente do que leram, ou se tudo isto faz parte de uma campanha de marketing das editoras, que oferece os livros em troca de opiniões positivas. Pessoalmente, achei toda a história tão disparatada que a partir de determinado ponto acabei por ler na diagonal e já só queria era que chegasse ao fim.

Pela sinopse, percebemos que a temática é uma invasão domiciliária. Temos a família feliz que decide passar uns dias numa cabana remota (o que não costuma resultar bem), longe da civilização e sem qualquer cobertura de rede móvel (o que ainda costuma resultar menos bem). E temos uns tipos que decidem invadir a casa porque precisam da ajuda desta família para salvar o mundo.

E aqui « salvar o mundo » não é uma metáfora. Parece que estes quatro indivíduos acreditam que o mundo vai mesmo acabar e que, a única forma de evitar essa tragédia é se um dos membros da família que está na cabana se decidir sacrificar. Ao longo do livro nunca chegamos a perceber porque raio é que o sacrifício seja de quem for vai ajudar a impedir seja o que for, mas essa é apenas uma de muitas pontas soltas com que nos vamos deparar.

Durante a parte inicial, ainda julguei que os invasores fossem malucos e que a história do fim do mundo fosse apenas um pretexto, uma espécie de jogo psicológico para testar a família ou levá-los a fazer alguma coisa. Mas não. Os tipos acreditavam mesmo que o mundo ia acabar e, sempre que o noticiário dava conta de algum evento marcante - pelos vistos eles tinham tido visões acerca do que ia acontecer - sacrificavam um dos elementos do próprio grupo para tentar apaziguar o que quer que fosse que estava a provocar o fim do mundo. Isto também não faz muito sentido, certo? Se o fim do mundo só podia ser travado através do sacrifício de um dos elementos da família da cabana, por que raio é que eles achavam que sacrificarem-se a si mesmos ia mudar alguma coisa ? Não percebo...

Mas esperem, há mais. Notem que a família tinha de escolher um elemento para se sacrificar e em momento algum os invasores os obrigaram a fosse o que fosse. Aliás, eles sempre deixaram bem claro que não lhes fariam qualquer mal e que o sacrifício tinha de partir unicamente deles. Se matassem um deles, isso não iria travar coisa nenhuma. Portanto, a grande questão é: porque é que a família não os mandou à merda e não lhes disse « Meus caros, não vamos sacrificar ninguém. Adeusinho e ponham-se a andar ». O que é que os invasores iam fazer se não os podiam magoar? 

Se fosse a história de uma simples invasão teria sido bem mais interessante do que esta invasão apocalítico-filosófica do « têm de se sacrificar para salvar a Humanidade ». Até porque no fim, ficamos na mesma sem saber se o mundo estava a acabar ou não. 

Boas Leituras!

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