Quality Land (2017) de Marc-Uwe Kling

by - novembro 13, 2021

 


Sinopse: Bem-vindo a QualityLand! No futuro, tudo funciona perfeitamente: os algoritmos encarregam-se de otimizar o trabalho, o lazer e as relações. QualityPartner sabe quem é o melhor para si. O seu carro autónomo sabe para onde quer ir. E se estiver registado na The Shop, enviam-lhe todos os artigos que deseja sem que tenha de os encomendar. Já ninguém tem de tomar decisões difíceis - porque em QualityLand só há uma resposta a todas as perguntas: OK. Mas o sucateiro Peter é atormentado pela sensação de que algo está errado na sua vida.

QualityLand" é uma distopia satírica de cortar a respiração sobre as promessas e armadilhas da era digital, e tem sido um enorme sucesso na Alemanha e em todo o mundo.


★★★☆☆

Opinião: Já andava com este livro debaixo de olho há algum tempo e, finalmente, tive a oportunidade de o ler. Não foi tão bom como esperava, e aquele final deixou muito a desejar. Dentro do género, gostei muito mais do The Circle (2013) ou Quando a Luz se Apaga (2018). 

A construção da sociedade e do estilo de vida está genial: Temos um Estado consumista que controla tudo e todos. Cidadãos classificados através de algoritmos que lhes dão - ou vedam - acesso a uma série de serviços e oportunidades. A promoção quase doentia do consumo extremo. A existência de androides é uma realidade e, em muitos locais, já substituíram até o trabalho humano. Mas, sobretudo, o que marca Quality Land é uma excessiva inovação digital que acaba por resultar numa desumanização dos seus habitantes.

Mas a verdade é que quase ninguém parece preocupado. Ninguém, exceto um grupo de personagens que tentam contrariar esta tendência, e um androide que se candidata a presidente de Quality Land e promete lutar pelos direitos dos humanos, mesmo que isso implique menos dinheiro no bolso das grandes corporações.

A história parecia ter todos os ingredientes para se tornar num dos meus livros favoritos, mas infelizmente isso não aconteceu. Ao início há uma certa tensão, quando um dos personagens centrais, Peter Jobless - o Estado definiu que o segundo nome deveria ser a ocupação do pai, no caso dos homens, ou da mãe, no caso das mulheres - decide fazer o que for preciso para devolver um dildo azul em forma de golfinho que lhe foi enviado pela The Shop. Numa outra perspetiva, temos o android candidato que diz exatamente aquilo que pensa, por ser incapaz de mentir, o que deixa muita gente nervosa. Mas depois de tanta expetativa, as coisas dão... em nada. E isso arruinou completamente a leitura. 

Quando é um daqueles livros que não nos prende, já não criamos grandes expetativas em relação ao final. Mas neste caso, a história é excelente mas, a determinado ponto, parece que o autor começou a correr em direção ao fim, acabando por deixar alguns pontos pendurados, e por não explorar certas personagens que pareciam que iam ter alguma importância. 

Infelizmente, ficou aquém do que eu esperava. Ainda assim, se procuram um livro sobre os efeitos da overdose digital, Quality Land poderá ser uma boa opção.

Boas Leituras!





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