O Olho do Mundo (1990) de Robert Jordan

by - agosto 22, 2021

 

Sinopse:
Existe um mundo de Luz e Sombra onde o Bem e o Mal travam uma batalha eterna. É o mundo da Roda do Tempo, uma das melhores séries de fantasia épica alguma vez escrita. A Roda do Tempo gira e as Eras sucedem-se, transformando memórias em lendas. As lendas esbatem-se e fazem-se mitos e até estes estão há muito esquecidos quando a Era que os gerou regressa, trazida pelo movimento incessante da Roda. O Mundo e o Tempo encontram-se suspensos em frágil equilíbrio. Uma verdade resiste e aquilo que os mortais esquecem mantém-se vivo na memória das Aes Sedai. Quando as Trevas se reerguerem, caberá a um homem apenas, o Dragão, combatê-las. Mas aquilo que foi, que será e que agora é ainda pode cair sob o poder da Sombra... 



★★★☆☆

Opinião: 
Não fiquei convencida. Não sei se serão os efeitos do teletrabalho e de estar farta de estar em casa, se é por estar a precisar de férias, ou simplesmente por não estar sintonizada com o registo de fantasia épica, mas decididamente O Olho do Mundo não me surpreendeu. Uma vez que a sinopse diz que é « uma das melhores séries de fantasia épica alguma vez escrita », a conclusão que retiro é que o problema é meu e não do livro.

Este livro foi-me sugerido pelo meu irmão Hugo que, diga-se a verdade, costuma ter muito bom gosto nestas coisas. Foi ele, aliás, quem me sugeriu alguns dos livros que viriam a ser os meus favoritos de todos os tempos, como O Silo e o Metro 2033. Portanto, vou continuar para o segundo volume e ver o que a leitura me reserva.


A história é igual a tantas outras: em tempos idos houve uma batalha em que o Bem venceu o Mal e o tipo malvado acabou aprisionado. Viveram todos felizes, mas não para sempre porque, ao fim de algum tempo, a influência negativa do tipo malvado começou a fazer sentir-se um pouco por toda a parte, o que poderá significar que ele está, de alguma forma, a recuperar forças. 

A maior parte das pessoas prefere fazer de conta que não é nada com eles e esperar que o problema desapareça. 


Não há Primavera ? Não faz mal, há-de haver. 

Não há colheitas este ano ? Que chatice... mas a malta cá se há-de arranjar. 

Não nascem animais ? O que se há-de fazer ?


Moraine e Lan, no entanto, parecem ser os únicos que já perceberam o que tudo isso significa e que procuram o Dragão Renascido, alguém que, segundo as lendas, terá a capacidade para derrotar o Tenebroso. E quem poderá ser esse Dragão? Alguém da realeza? Um militar? Um mago? Claro que não. Será um de três camponeses, mais familiarizados com os trabalhos da aldeia do que com técnicas de combate.

Temos assim, os ingredientes chave: um Mal que ameaça destruir o mundo, três jovens sem jeito nenhum para as lutas mas com um grande coração e muita vontade de praticar o bem, uma espécie de feiticeira que jurou protegê-los e um tipo muito habilidoso com a espada que os protege a todos. Faz-vos lembrar alguma coisa ? Talvez um livro onde uns tipos pequeninos, protegidos por um mago e por um tipo que era afinal rei, tentavam chegar a um sítio para destruir uma relíquia que acabava por conduzir à destruição de um tipo mesmo muito mau...

Claro que não fui a única leitora a ficar com esta impressão e são varias as teorias que procuram justificar esta similaridade entre os livros, nomeadamente a de que RJ era fã de Tolkien e que esta foi uma forma de homenagear o autor, ou a de que o livro foi propositadamente moldado de modo a se assemelhar ao Lord of The Rings para atrair o público.

Não é que não acredite no bom coração das pessoas, mas a história de se escrever um livro para homenagear um tipo que já estava morto há 17 anos não me convence. Claro que me parece bastante credível que JR fosse fã de Tolkien e que, em parte, até pretendesse homenagear o outro autor mas, acho bastante mais credível que quisesse aproveitar o hype em torno do Lord of The Rings, apresentar-se como uma espécie de sucessor, e assim captar uns quantos leitores. Ainda hoje nos fazem isso, não é verdade? 

via GIPHY

Boas Leituras! 

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