Duna (1965) de Frank Herbert
★★★☆☆
Sinopse:
DUNA VOLUME UM O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império de desmoronará. O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filh, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad'Dib...
DUNA VOLUME UM O Duque Atreides é enviado para governar o planeta Arrakis, mais conhecido como Duna. Coberto por areia e montanhas, parece o local mais miserável do Império. Mas as aparências enganam: apenas em Arrakis se encontra a especiaria, uma droga imensamente valiosa e sem a qual o Império de desmoronará. O Duque sabe que a sua posição em Duna é invejada pelos seus inimigos, mas nem a cautela o salvará. E quando o pior acontece caberá ao seu filh, Paul Atreides, vingar-se da conspiração contra a sua família e refugiar-se no deserto para se tornar no misterioso homem de nome Muad'Dib...
DUNA VOLUME DOIS Traída por uma conspiração galáctica ao mais alto nível, nada mais resta à família Atreide do que refugiar-se no deserto de Arrakis. Mas Paul é muito mais do que o herdeiro da sua Casa. Ao viver no deserto entre o povo Fremen, ele tornar-se-á não apenas num líder, mas um messias há muito esperado de nome Muad'Dib, e que irá libertar o imenso poder que Duna abriga numa guerra com repercussões em todo o Império... Ao desafiar os seus inimigos pelo controlo da especiaria, conseguirá derrotá-los ou irá o seu novo povo perecer no deserto ?
Opinião: Até poderia dizer que tenho vivido debaixo de uma pedra durante grande parte da minha vida porque, só muito recentemente, é que travei conhecimento com aquele que é considerado um dos pilares da ficção científica: Duna, de Frank Herbert.
Fonte: https://www.deviantart.com/chyhy |
O outro leitor cá de casa decidiu comprar a versão original e não se cansava de dizer '-Tens de ler isto! Tenho a certeza de que vais gostar!'. Depois de alguma insistência, lá dei o braço a torcer mas confesso que desisti logo ao início porque estava a ter alguma dificuldade com o inglês e isso tirou-me completamente o prazer da leitura. Lá arrumei o livro na estante e Duna ficou esquecido até me ter deparado com o Pack Duna à venda no pavilhão da Saída de Emergência na Feira do Livro 2018. Mesmo assim fiquei de pé atrás porque tinha ideia que a colecção era composta por uns quantos livros e o pack por apenas um, dividido em dois volumes. Mas, sendo o preço extremamente apelativo (andou à volta dos 12 euros), achei que valia a pena arriscar e pelo menos conseguiria ter um vislumbre do universo criado por Frank Herbert.
Mas, apenas mesmo um vislumbre porque, pelo que pesquisei, o universo de Duna é realmente vasto! Ao todo são dezanove livros (!) , embora apenas seis tenham sido escritos por Frank Herbert. Ainda assim, a julgar pelas críticas que li e as pontuações no goodreads, parece-me que todos eles se mantiveram fiéis ao universo original e foram bastante bem recebidos pelos leitores.
O Pack Duna da Saída de Emergência não nos traz, no entanto, as dezanove obras mas sim, o primeiro livro, Duna, dividido em dois volumes e dos quais fazem parte o Livro Um: Duna, Livro Dois: Muad'Hib e Livro Três: O Profeta.
Já li que este livro "é que é mesmo o essencial" e que o resto é paisagem mas, de certeza que haverá quem discorde e considere que todos os livros são importantes. Por isso, o melhor mesmo é espreitarem a cronologia da colecção e tirarem as vossas próprias conclusões. Pessoalmente, achei que Duna é uma boa primeira abordagem mas que está longe de poder ser encarado como um livro a ler isoladamente, da mesma forma que considero que dificilmente alguém lê A Irmandade do Anel isoladamente...
Fonte: https://www.deviantart.com/akreon/art/Sands-of-Arrakis-174971939 |
O que dizer então sobre Duna que já não tenha sido dito, escrito e filmado ?
Pouca coisa, é certo...
Já sabemos que a série Duna foi começada por Frank Herbert em 1965, e há quem diga que é uma mistura de Senhor dos Anéis, Guerra dos Tronos e Mil e Uma Noites. Até certo ponto, percebo a ideia porque, realmente, temos um universo criado de raíz (como no Senhor dos Aneis), intrigas palacianas e traições (à semelhança da Guerra dos Tronos) e um ambiente que nos remete para a cultura árabe (tal como as Mil e Uma Noites).
Mas, apesar desta mistura promissora, Duna não foi um livro do qual tivesse gostado particularmente...
Sim, eu sei que há uma legião de leitores que considera Duna um marco na ficção científica e, caramba (!), acho incrível como é que alguém cria todo um universo a partir do zero! A sério... como é que alguém se lembra de vermes gigantes, de fatos destilatórios e conspirações planetárias ... ?! Eu tenho de tomar nota de coisas do dia a dia para não me esquecer delas, e depois temos um Frank Herbert que constrói toda uma sociedade a partir do nada...
Ainda assim, e apesar de reconhecer o valor do trabalho deste autor, o livro não me convenceu.
Sabem quando gostam tanto de um livro que ficam contentes quando o autocarro se atrasa porque assim têm mais tempo para ler ?
Ou quando vão para a cama às oito da noite porque estão muito cansados mas na verdade querem é ficar a ler até os olhos começarem a lacrimejar?
Não senti isso com Duna e, como um outro leitor referiu "Duna é a cura para a insónia".
Eu tentei.
A sério que tentei mas, não consegui gostar deste livro.
"- Dizes isso porque não percebeste a essência do livro !"
Pois, se calhar a essência passou-me ao lado mas, honestamente, já foi tão custoso chegar ao final do livro que já nem vontade tenho de pesquisar seja o que for e só quero é afastar-me o mais possível de Arrakis.
Mas, porquê ?
O que é que este livro tem que o tornou tão pouco agradável ?
Ao início foram os termos invulgares. Até que descobri que existia um apêndice no final do segundo volume com a Terminologia do Império. A parte negativa disto é que só descobri esse apêndice depois de ter começado a ler o segundo volume.
Depois, o ambiente desértico.
Areia, dunas, rochas, grutas ... Mais areia...
Às tantas até podia por isto na lista das partes positivas porque o cenário tem de estar realmente bem construído para um leitor achar que não gosta "porque é tudo demasiado desértico".
Temos também os saltos no tempo.
Quer dizer... nem sei se são saltos no tempo. Simplesmente houve alturas em que eu não sabia o que se estava a passar. Num momento os tipos estão a lutar numa arena e, umas páginas à frente, fala-se desse acontecimento como tendo acontecido há vários anos atrás... Numa altura o Paul Muad'Dib está a trocar uns olhares com uma fremen ("Fremen? Que é isto?!" Pois...) e uma páginas à frente já existe um filho pelo meio.
Há leitores que vão ainda mais longe nas suas críticas e, encontrei alguns que diziam simplesmente que "Frank Herbert não sabe escrever" e que "Duna é o livro mais sobrevalorizado da história literária da ficção científica".
Também não iria tão longe ao ponto de dizer que o homem não sabe escrever mas, decididamente, não foi uma leitura que me tivesse agradado particularmente. Não gostei do ambiente, não senti qualquer ligação com as personagens principais e, honestamente, não estava minimamente preocupada se viviam ou morriam. Toda aquela mística em torno do Paul Muad'Dib e da Lady Jessica / Bene Gesserit ("o que é isto?") / Reverenda Madre dos Fremen ("quê ?") não me despertou o mínimo interesse...
Em contrapartida, adorei o Barão Harkonnen e a Alia Atreides!
As descrições estão muito bem conseguidas e o leitor consegue realmente captar a essências destas personagens, acabando por ter pena da primeira e um certo receio da segunda (porque a Alia é realmente arrepiante... talvez ao nível do Damien do filme The Omen).
Alicia Witt no papel de Alia Atreides | Duna (1984) |
Dito isto... que posso acrescentar ?
Na minha opinião, não achei que Duna fosse um daqueles livros mesmo maus mas, decididamente não faz o meu género. Estranhamente, fiquei curiosa para saber o que se passa a seguir (O que não faz sentido, certo? Ou talvez faça...) e, quem sabe, talvez daqui a uns tempos releia o livro e me aperceba de aspectos que me tenham passado ao lado nesta primeira leitura e que me façam mudar a minha perspectiva em relação a ele.
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