Dust [Silo #3] (2013) de Hugh Howey
★★★☆☆
Sinopse:In the aftermath of a revolution, the people of Silo 18 are coming to terms to a new order.
Some embrace the change, others fear the unknown.
None have control of their fate.
The Silo is still in danger from those who want it destroyed.
And Jules knows she must stop them.
The battle for the Silo has been won.
The war for humanity is just begining.
Aviso
Esta crítica contém alguns spoilers do primeiro e segundo volume desta trilogia. Por isso, caso ainda não tenham tido oportunidade de ler as publicações acerca destes livros, convido-vos a espreitar para terem uma ideia daquilo que vos espera: ler opinião "O Silo" [Silo#1], ler opinião "Shift" [Silo#2]
Opinião: Dust é o terceiro e último livro desta trilogia e, infelizmente, aquele que mais me custou a ler. O primeiro livro foi excelente. Quando comecei a ler o segundo, receei que o autor já não conseguisse trazer nada de novo mas, contrariamente ao esperado, foi uma leitura bastante compulsiva. Já este terceiro livro...
Não me convenceu, não me prendeu e só o li até ao fim porque não gosto de deixar livros a meio... Ainda assim, alguns dos capítulos foram lidos na diagonal: "blá blá blá Juliette isto", "blá blá blá Juliette aquilo".
Se estão recordados, O Silo [Silo#1] centra-se em Juliette, a recém nomeada xerife do Silo 18 que, devido a umas quantas artimanhas levadas a cabo pelo responsável do silo, acaba por ser condenada à limpeza, ou seja, banida do silo e sentenciada à morte certa. A reviravolta ocorre quando Jules, não só não faz a limpeza, como se afasta e acaba por entrar no Silo 17, onde viria a conhecer um pequeno grupo de habitantes que se compromete a ajudar.
Em Shift [Silo #2], temos um livro dividido em três partes, cada uma delas correspondendo a um turno da personagem central, Donald Keene, no Silo 1. Na primeira parte, que se passa entre 2049 e 2110, somos transportados para a fase de criação do silo e os primeiros anos de vida dentro dele. No segundo turno, que se passa em 2212, a narrativa continua, mas desta vez entra em cena o Silo 18 e somos transportados até ao momento da «Grande Rebelião», tantas vezes mencionado no primeiro livro. A última parte de Shift, que corresponde ao último turno de Donald Keene, permitir-nos-á acompanhar a história da revolta no Silo 17 e terminará, precisamente, com o momento em que Juliette, vinda do Silo 18, entra após ter sido condenada à limpeza.
Shift [Silo #2] foi, na minha opinião, o livro que mais revelou acerca da World Order Operation Fifty (sabiam que WOOL é a sigla para World Order Operation Fifty , sendo o "L" 50 em numeração romana?), o que me levou a criar grandes expectativas em relação ao último volume e, acho que talvez tenha sido esse o meu erro porque, no final, Dust acabou por não acrescentar nada de novo ou inesperado para além do final "e viveram felizes para sempre" que, a partir de determinado ponto, já era previsível (teria adorado um final, digamos, mais ao estilo George R.R. Martin).
À semelhança de Shift, também Dust está dividido em três partes:
Part 1-The Dig
Part 2-Outside
Part 3-Home
A primeira parte leva-nos de volta ao Silo 18, onde Juliette está decidida a abrir caminho até ao Silo 17 e, como era previsível, nem toda a gente parece estar totalmente de acordo.
« 'Me?' Father Wendel pressed one palm to his chest. With his other hand, he pointed at her. 'You are the one spreading fear.' He swept his hand at the pews and beyond to the tight rows of mismatched chairs, crates and buckets, at the back of the room. 'They crowd in here three Sundays a day to wring their hands over the devil's work you do. Children can't sleep al night for fear that you'll kill us all.'»
Dust
E são cerca de 109 páginas disto...
Juliette a defender que o melhor é abrir caminho, e uma série de pessoas a defender que o melhor é estarem quietos. Uma brevíssima passagem pelo Silo 1, onde começam a investigar um crime ocorrido em Shift, e pelo Silo 17, onde Solo e o pequeno grupo de habitantes começam a colocar em causa se ter mais pessoas ali será realmente positivo. Para mim, foi um suplício ler esta primeira parte que parecia não ter fim... Depois de toda a acção e intriga do volume anterior, começar um terceiro livro com páginas e páginas sobre escavadoras e escavações foi um completo turn-off e acabei por entrar em modo skip page.
Mas, pode ser que a segunda parte melhore - pensei eu.
Afinal de contas, chama-se Outside.
Será que é agora que vão explorar para lá dos silos ?
Será que vamos finalmente descobrir o que se passa ?
Meh... Mais ou menos...
Felizmente, voltamos ao Silo 1, onde a verdadeira intriga acontece e onde Donald e a irmã Charlotte tentam impedir a concretização do projecto World Order Operation Fifty, que consiste em eliminar toda a gente e permitir a sobrevivência de apenas um silo (uma espécie de selecção "natural" dos mais aptos). Mas, infelizmente, rapidamente percebemos o rumo que tudo vai tomar e o factor surpresa perde-se completamente. Há uma clara distinção entre "os bons" e "os maus" e, como era de esperar, uns fazem coisas heróicas e os outros coisas vis.
Voltamos também aos silos 17 e 18, onde reina o caos e a confusão. Mais uma vez, durante demasiadas páginas. Há sequências e sequências que não me parecem ter qualquer objectivo concreto nem acrescentar nada de novo ou interessante à história e, dei comigo a voltar a entrar em modo skip page.
Finalmente, o fim.
Infelizmente, previsível.
Pessoalmente, parece-me que talvez não houvesse material suficiente para três livros. Não no rumo que a história tomou, visto que a partir de determinado ponto é mais do mesmo: Juliette é uma heroína, Juliette é que sabe o que é bom para o silo, Juliette decide praticar actos heróicos com base em palpites que colocam em causa a vida de todos os habitantes do silo... Honestamente, não tenho muita paciência para estas personagens badass.
Por outro lado, acho que havia imenso potencial no Silo 1 e a história podia ter tomado um rumo completamente diferente. Mas, não foi esse o rumo escolhido por Hugh Howey e, apesar de eu não ter gostado da escolha, esta trilogia não deixa de ser uma excelente obra de ficção pós-apocalíptica.
Se ainda tiverem algumas questões depois de terminar a trilogia, sugiro a leitura do artigo Massive Spoilers onde o autor responde a várias perguntas que lhe foram enviadas pelos leitores e que, acreditem, é bastante útil para responder àquelas questões que vos vão ensombrar os pensamentos enquanto não as esclarecerem.
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