The Haunting of Ashburn House (2016) de Darcy Coates

by - junho 15, 2023

 

Sinopse: Há algo de errado com Ashburn House...

O antigo edifício tem sido objecto de rumores há quase um século. A sua proprietária, Edith, recusava-se a deixar entrar hóspedes e raramente visitava a cidade vizinha.

Após a morte de Edith, a sua única parente sobrevivente, Adrienne, herda a propriedade. Os únicos bens de Adrienne são uma mala de viagem, vinte dólares e o seu gato de estimação. Ashburn House é uma tábua de salvação que ela não pode recusar.

Adrienne não acredita em fantasmas, mas é difícil ignorar o mal-estar que cresce à medida que ela explora sua nova casa. Estranhas mensagens foram gravadas no papel de parede, uma velha sepultura está escondida na floresta atrás da casa e retratos sinistros no hall do andar de cima parecem observar todos os seus movimentos.

À medida que desvenda mais segredos da casa, Adrienne começa a acreditar que os rumores sussurrados sobre Ashburn podem ser mais verdadeiros do que alguma vez suspeitou. O edifício tem um passado sombrio e terrível e, à medida que persegue os fios de um mistério com décadas de existência, Adrienne apercebe-se de que se tornou presa de algo profundamente antinatural e intensamente ressentido.

Apenas uma coisa é certa: Os mortos de Ashburn não estão a descansar.



Opinião [contém spoilers]: E aqui estamos nós em mais uma casa assombrada da autoria de Darcy Coates. Mais uma leitura incrível e, até agora, a que teve as cenas mais assustadoras.

A nossa personagem central, Adrienne, herda uma casa isolada que pertencia à sua tia Edith. Tia essa que Adrienne desconhecia existir, pois a sua mãe sempre lhe disse não terem quaisquer familiares vivos. Mas eu percebo-a... com o aumento das taxas Euribor e inflação, todas as ajudas são bem vindas, mesmo que cheguem na forma de uma casa isolada, com mensagens estranhas escritas por toda a parte.


A casa em si precisa de uma boa limpeza, mas nada que impeça a sua nova proprietária de lá se instalar tendo como única companhia o seu gato. Nem mesmo as mensagem que são encontradas por toda a parte...

SEM ESPELHOS

É SEXTA-FEIRA ACENDER A VELA

Adrienne atribui estes recados escrevinhados ao facto de a tia ser velhota e poder sofrer de algum tipo de demência, e portanto não fica especialmente preocupada em seguir as recomendações. O que acaba por se revelar não ser a melhor das decisões. Mas, vá... sem estas irresponsabilidades não haveria história.

Durante grande parte do livro, nem mesmo o leitor sabe a que dizem respeito as mensagens: Porque é que não se podem pendurar espelhos? Porque é que tem de se acender uma vela à sexta feira? Mas tudo acabará por ficar explicado no final do livro.

Embora a história tenha sido sempre bastante tensa, temos de reconhecer que as coisas aqueceram bastante quando a tia maléfica de Adrienne saiu da cova. Todas as descrições que envolvem o stalking a que ela sujeitou a sobrinha estavam absolutamente incríveis (ou então fiquei mais impressionada porque geralmente leio à noite e, bom, à noite tudo é mais assustador). 

Claro que, como em muitas histórias de casas assombradas, as personagens tendem a ser... Como dizer isto de forma simpática? Hum... Estúpidas.

Ajudem-me aqui: quem é que vai explorar uma casa durante a noite?! Será que o dia não tem horas suficientes? 


« Ah e tal, ouvi um barulho estranho no andar de cima, onde nem sequer há eletricidade... Deixa-me cá pegar neste candeeiro a óleo que nem sequer sei se tem óleo suficiente, e ir explorar »


« Olha ali uma porta escondida que dá para... uma cave! Só é pena a cave não ter iluminação e haver a forte probabilidade de que, o que quer que fosse que estava lá fora, ter entrado aqui. Bom, parece-me que tenho de lá ir espreitar. Sozinha.»


Portanto, se não sofremos um ataque cardíaco com os sustos, sofremos com a irritação provocada pela irresponsabilidade da rapariga solitária. 

Mas nem só de Adrienne se faz a história, e o seu gato ocupa um lugar de destaque. Na minha opinião, diria até de demasiado destaque. Quem, como eu, tem gatos, sabe que eles se estão bem a borrifar para nós. Podemos estar desmaiados no chão que eles não querem saber. No limite, se for inverno e eles tiverem frio, poderão eventualmente encostar-se a nós para se aquecerem. Por isso é que achei um absurdo o gato da rapariga aparecer em sua salvação, e atacar a tia maléfica para proteger a dona. Eh pá, não sei o que dizer em relação a isto... Talvez existam gatos assim. A referência que eu tenho é um gato gordo que passa o dia a dormir, outro que rouba comida, e uma que sofre de ansiedade e lambe a barriga até fazer ferida. Nenhum deles interromperia a sua sesta, mesmo que a minha vida dependesse disso.

E por isso é que este livro fica ali a meio da balança. Por um lado, adorei a atmosfera, e as cenas assustadoras estão realmente incríveis. Mas por outro lado, a cena final do gato kung-fu, estragou um bocado o ambiente que se tinha vindo a construir até ali. Ainda assim, vale a pena ler porque Darcy Coates é realmente boa nisto das casas assombradas.





Acho que poderás gostar de...

0 comments