Craven Manor (2017) de Darcy Coates
Sinopse: Daniel está desesperado por um emprego. Quando alguém lhe passa um bilhete por baixo da porta oferecendo-lhe o lugar de jardineiro numa antiga propriedade, parece bom demais para ser verdade.
Os alarmes começam a soar quando ele chega a Craven Manor. A porta da frente da mansão está aberta, e folhas e teias de aranha cobrem o hall de entrada de mármore. É evidente que ninguém vive ali há muito tempo.
Mas um envelope espera-o dentro da porta. Contém dinheiro e promete mais.
Daniel está desesperado. Contra o seu bom senso, muda-se para a casa do caseiro atrás da cripta. Ele está determinado a ignorar as estranhas ocorrências que assolam a propriedade.
Mas quando uma vela ganha vida na janela da torre abandonada, Daniel percebe que Craven Manor esconde um segredo terrível... que ameaça enterrá-lo com ele.
Sinopse: Continuo na minha demanda incessante de ler os livros da Darcy Coates porque, à exceção do Hunted, não houve nenhum que me tivesse desiludido. E de que é que gosto tanto nos livros dela? Do ambiente.
Esta escritora tem claramente uma predileção por casas assombradas, e apesar de existirem sempre pontos em comum entre as diferentes histórias, a construção do ambiente é sempre incrível! Não sei como é que ela consegue fazer esta magia, visto que não há descrições exaustivas, mas a verdade é que nos consegue transportar para aquela realidade, mergulhar-nos nela, e ficar a segurar-nos a cabeça debaixo de todo aquele terror e suspense. Adoro!
Vamos à história propriamente dita: a dificuldade em encontrar emprego, levou a que Daniel acabasse a morar na rua. Um dia, por pura coincidência, é visto por um primo que lhe abre as portas de sua casa, para que fique a morar com ele. Tudo isto parece muito simpático, tirando o facto de o dito primo ser um palerma. Se houve personagem que detestei com todas as forças do meu ser, foi precisamente este fulano. Rapidamente percebemos que a atitude dele não teve absolutamente nada de altruísta, e aquilo que ele realmente queria era alguém que o sustentasse.
Um dia, aparece um misterioso bilhete por baixo da portal. Nesse bilhete, uma oferta de emprego para Daniel. Como as coisas em casa não estavam propriamente agradáveis, não lhe restam muitas opções para além de aceitar.
Que emprego era esse?
Caseiro.
Numa mansão aparentemente abandonada.
Ponham aí um ênfase no "aparentemente" porque, nas casas de Darcy Coates, nada é o que parece. Daniel nunca se cruza com ninguém, e as instruções de trabalho surgem sempre na forma de bilhetes deixados junto à lareira. O trabalho em si parece simples: cuidar do jardim. Em troca, pode viver na casa situada nas traseiras da mansão, recebe uma remuneração bastante simpática, e tem tudo aquilo de que precisa. Existem apenas algumas regras que tem de cumprir:
1. Não são permitidos estranhos na propriedade
2. Não entrar na torre
3. Não sair de casa entre a meia-noite e o amanhecer
4. Fechar as cortinas
Claro que...
Mas vá, se ele não quebrasse as regras não teríamos história, certo? Por isso, vamos ter de desculpar o Daniel por ser um cuscuvilheiro que não consegue estar sossegado.
Aquilo que ele vai descobrindo não é propriamente assustador mas é o que serve de mote à história, sobretudo porque vamos descobrindo existirem várias versões do mesmo acontecimento - que envolve uma morte e o segreso da torre - todas elas bastante credíveis. Como o leitor não é omnisciente, sabemos exatamente o mesmo que Daniel e portanto vamos sendo levados a acreditar em coisas que depois descobrimos não serem totalmente verdade. Uma verdadeira montanha russa!
Gostei bastante da forma como a história se vai revelando aos poucos, como Daniel vai fazendo pequenas descobertas até perceber os verdadeiros segredos que a mansão esconde. Achei a ideia e as reviravoltas bastante interessantes.
O que não gostei mesmo foi do palerma do primo. A sério... Haverá personagem mais irritante do que aquela?! A forma como se aproveita do Daniel tirou-me absolutamente do sério. É daqueles tipos que, se vos sair o euromilhões, aparece a bater-vos à porta a pedir a parte que é dele "por direito" porque é vosso familiar. E seria bem capaz de vos dar com um barrote na cabeça para vos roubar o talão premiado e depois ir levantar o prémio. Já estão a ver o tipo de pessoa que é...
Quanto ao Daniel, pareceu-me um tipo bastante ingénuo, mas sem malícia, o que fez dele um alvo perfeito para o palerma do primo. O contraste entre os dois gerou os momentos de maior tensão durante a leitura porque, francamente, só me apetecia espancar o primo!
De uma forma geral, gostei bastante deste Craven Manor. Afinal de contas, é um livro da Darcey Coates, o que faz desta leitura uma aposta certeira para quem gosta da temática de casas assombradas. Tem todos os ingredientes necessários: uma casa sombria, mistério com fartura, alguns momentos assustadores, e personagens interessantes. Sem dúvida uma recomendação!
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