O Relatório Chapman (1960) de Irving Wallace
Sinopse: "The Briars", arrabalde de Los Angeles. Ruas tranquilas, casas rodeadas de jardins, a defender a intimidade de construtores civis, engenheiros, proprietários de armazéns, advogados, um reitor de universidae, um negociante de objetos de arte, e assim por diante. Durante o dia, "The Briars" é exclusivamente habitado por mulheres, esposas com os filhos na escola e os maridos no emprego.
Que fazem as mulheres de "The Briars"? O Dr. Chapman percorreu a América a recolher elementos para o seu estudo "O Comportamento Sexual da Mulher Casada Americana". Munido de um questionário minucioso, vai desvendando passo a passo a vida íntima de mais de três mil mulheres. Tudo é revelado até ao mais ínfimo pormenor. "The Briars" é a última etapa do seu trabalho.
Opinião: Continuo na Missão Wallace, sendo este o terceiro livro do autor que leio. Achei-o um bocado mais parado do que os anteriores, mas ainda assim não desiludiu.
O Relatório Chapman é o projeto que dá nome ao livro, e que consiste na aplicação de um questionário cujo objetivo é traçar o perfil da vida sexual da mulher casada através de algumas questões bastante indiscretas.
Aqui, o público alvo serão as mulheres de uma comunidade abastada, The Briars, onde tudo parece muito "policitamente correto", e as senhoras muito púdicas e muito sérias.
Mas, se não houvessem uns quantos segregos pelo meio não estaríamos a falar de Irving Wallace, não é ?
Temos uma falsa púdica que engana o marido, uma sofisticada que aquilo que mais deseja é ser possuída por um brutamontes que viu na praia, uma ninfomaníaca que bebe até perder os sentidos, uma viúva que se julga frígida porque nunca conseguiu atingir o orgasmo com o falecido, e uma repórter que está disponível para satisfazer os caprichos sexuais do editor a troco de uma promoção.
A elas, temos então de juntar os investigadores responsáveis pelo relatório: o Dr. Chapman, que vê o sexo como um ato puramente mecânico e dissociado do amor; Paul, o romântico da equipa; Horace, que teve em tempos uma relação com uma das senhoras de The Briars e, para completar a equipa, um pervertido que me fez lembrar um dos tipos do Fan Club.
Durante grande parte do tempo, achei o livro demasiado parado e só a mais de metade é que as coisas se começaram a compor e os podres a ganhar mais destaque (algo inevitável, visto que esta parece ser uma das tematicas favoritas de Irving Wallace). Mas depois dessa parte mais parada, o livro realmente ganhou um ímpeto que se manteve até ao final.
Boas Leituras!
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